Vida curta, vida breve

Por mais que eu acredite em reencarnação (e eu acredito!), acho que essa vida da gente é curta demais. Há tanto a se fazer, tanto para ver, tantas coisas para sentir, viver, tocar... Tanto, tanto, tanto!

Hoje, mais que ontem, eu não queria dormir. Queria aproveitar o silêncio da noite pra ler, escrever, pensar. Sentir, talvez. Só não dormir.

Não tenho insônia. Longe disso: basta deitar e 5 minutinhos depois já estou nos braços de Morfeu. Acontece que essa vida é curta. E eu queria fazer tanta coisa!

Queria conhecer gente. Do bem. Gente de bem. Com a vida. Com a noite. Queria conhecer você. Queria me conhecer mais um pouco. Só não queria dormir.

Sempre senti isso. Fui alheia, estranha e tantos outros adjetivos que usaram pra me descrever. Mas eu só não queria dormir. Isso não é bom, não é? Pior seria se eu quisesse fugir da vida no embalo do sonho, do sono... ou não?

Sem qualquer sombra de dúvida (e desde quando sombra tem dúvida?), eu trocaria o sono pela conversa. Com você. Comigo. Sem dormir... ou dormindo.

Por falar em dormir e conversar, lembro de minha primeira experiência espírita. Um ano inteirinho sonhando com "ele". Eu sabia que tinha morrido e sabia, inclusive, como. Em meus "sonhos", eu vi o acidente e, por mais estranho que pareça, não sentia medo. No real, estive em sua sepultura e num desses mistérios da vida, sem nunca ter ido ao cemitério, consegui chegar exatamente onde seu corpo físico estava. E não tive medo. Voltei pra casa depois e dormi. E continuei sonhando com "ele".

Anos mais tarde, engravidei. Eu sabia, lá no meu íntimo, quem era. E a cada dia, até, hoje, essa sensação se mantém. E eu continuo não tendo medo.

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Hoje, eu queria uma noite assim: sem dormir. Falando de medos. Trocando segredos. Deixando a porta aberta... sentindo. Mas eu não queria dormir... É possível viver tantas vidas em uma única noite que eu não queria dormir.