Hoje, tudo o que eu queria dizer pode ser traduzido em uma única frase, simples, complexa, profunda, trivial e rara: eu amo você!
Amo você que, na minha infância, foi responsável pelo afago na hora certa, pelo “era uma vez” que despertou minha imaginação, pelo abraço, pelo riso, pela bronca, pelo puxão de orelha e pelo beijo na testa.
Amo você que, na adolescência, me chamou de rebelde, me acusou de coisas que não fiz, que me acordou aos gritos, que me desprezou quando me tornei mãe-menina, que me amou e me fez descobrir o que é paixão.
Amo você que, no início de minha dita “vida adulta” me deixou ser a profissional que amava o que fazia, que me permitiu escolher o que estudar e amo até a dúvida que sempre demonstrou em meu potencial.
Amo você que, no momento em que me descobri mulher, me fez ouvir sinos onde só havia silêncio, que me fez ter vontade de cantar, que fez brotar lágrimas em meus olhos e que, por tantas vezes, me fez tirar de meu íntimo a melhor e mais alta gargalhada que já se ouviu.
Amo você que, na maturidade, me fez perceber que posso ser menina sempre que for conveniente, na eterna dualidade de meu ser, me permitindo ser quem me dá prazer e me preenche os espaços - antes vazios - com emoção pura e genuína.
Amo você que, apesar de ainda não estar por aqui, trabalha e luta e se aprimora e cresce e sofre e ri e chora, na expectativa de um encontro que, sei, ainda irá acontecer.
Amor você que tem me acompanhado desde sempre nesta tão árdua e paradoxalmente deliciosa missão que é viver.
E, justamente por amar tanto você, preciso ser sincera: não demore muito mais. Se você vier hoje ou amanhã, não faz diferença. Amo você, mas em mim bate a sensação de que desisti de esperar por alguém cuja ausência me faz companhia.
Um comentário:
que lindo!!
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