* Escrito depois de
um dia em que meus olhos viram cenas das quais eu fugi há pouco mais de um ano
e que deixaram meu coração pequenino demais.
Gosto muito de gente.
Sempre gostei. Foi assim que, ao longo dos anos, aprendi a respeitar pessoas
diferentes de mim no pensar, no agir, na cor, no gênero, até mesmo nas
oportunidades de viver nas letras como eu vivi.
Não é escola que
determina o “tipo” de pessoa que você é, muito menos sua conta bancária ou o
cargo que você ocupa. São suas entranhas, aquele pensamento que você não se
atreve a dividir com ninguém. É só você e o espelho, sem testemunhas.
Gente que é gente e
sabe que é tem um olhar diferente sobre os outros. Gente que é gente e não faz
da sua existência um mero currículo e aprende que o emprego é importante, mas o
primeiro passo do seu filho não tem comparação. Gente que é gente sabe que não
é humilhando, ofendendo, menosprezando ou fazendo uso de um poder ilusório para
subjugar outras pessoas que vai ser feliz.
Mas tem gente de tudo
que é jeito nesse mundo e se a gente quer continuar por aqui, sem ter tanto
estresse, precisa aprender a lidar com isso. Confesso, porém, que em minha
mundana existência, sendo apenas mais uma “gente” aqui neste planetinha, ainda
não sei lidar com gente que machuca gente.
É triste demais você
observar que “certas gentes” são tão, mas tão pequenas que precisam pisar nos
outros para se sentirem “gente”. Triste também é ver que gente precisa ser
defendida de, pasme, gente.
Pior de tudo é que
tem gente que enche a boca pra chamar o outro de “irmão” e faz da Bíblia um
livro de referências, mas não entende que o que Jesus tentou ensinar é que
somos todos, sem exceção, gente dEle. Gente que macula a palavra santa.
Somos “gentes”, todos
nós, que sofremos, que sorrimos, que temos problemas, que choramos e rimos, que
dormimos e acordamos, que sonhamos e cremos, sempre buscando um momentinho de
alegria, de felicidade, de paz.
A vontade que me dá,
como gente que sou, é chegar com o outro que também é gente e perguntar: “Quem
você pensa que é? Em quê você é melhor ‘gente’ do que eu? Acaso não estamos
todos no mesmo barco?”. Maior ainda é a vontade de dizer pra “certas gentes”
que sua opinião, no fundo, não me importa. Sou o melhor que a vida me permitiu
ser. Sou humana, falível e efêmera. Na verdade, o que eu deveria dizer era
apenas “sou gente”. Simples assim.
PS: Dedicado a todos aqueles que em algum
momento de suas vidas se sentiram perseguidos por outros. Lembrem que não há
mal que dure para sempre, porém é preciso que o primeiro passo seja dado por
seus próprios pés.
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