terça-feira, 7 de julho de 2009

Vida cigana

Outro dia ouvi uma musiquinha interpretada por Tom Kleber que me fez pensar. Uma parte dela diz assim: "Oh, meu amor, não fique triste/ saudade existe pra quem sabe ter/ minha vida cigana me afastou de você/ por algum tempo terei que viver por aqui longe de você/ longe do seu carinho e do seu amor".
De fato, pensei nas esposas dos presos. E neles também, lá na clausura, longe dos familiares, com centenas de pessoas estranhas. E a falta que a família faz. Não falta sob o aspecto físico, mas o apoio, a conversa, até as brigas. Tudo isso faz parte e é importante para a formação da personalidade do homem.
Não posso, porém, pretender ser romântica e achar que a relação familiar é sempre positiva. Tristemente é possível encontrar convivências que são nocivas, que machucam, que matam, que ferem, que despertam no indivíduo a vontade de ir para longe. Lembro da fala do Carlos Alberto, o preso cujo livro estou acompanhando. Segundo ele, sua mãe era tão distante que ele tentou, de várias formas chamar a atenção e teve a vontade, com frequência, de morrer para ver se ela iria sentir algo, se iria se importar.
Hoje, especificamente, fico pensando como é importante termos alguém que se importe, que pergunte como estamos, que nos abrace quando estamos tristes. Que critique, claro, mas que oriente, que vibre com nossas pequenas vitórias. Alguém, simplesmente. E eu me sinto vazia neste momento...

Nenhum comentário: