Sempre me senti, na intimidade do teu universo, uma espécie de visita. Eu não estava em ti; eu passava por ti, batia, simplesmente, à tua porta e tu me recebias. Procuravas sempre agradar-me, como se agrada às visitas que estimamos. Mas eu tinha consciência de que não te pertencia.
Não seria, certamente, uma "estranha"; seria até alguém cuja presença, de vez em quando, desejavas - mas nunca consegui romper essa fronteira que protegia o teu casulo, esse território povoado de segredos que ninguém, jamais, desvendará.
Reconheci-te sempre nessa ausência. E frequentei-te assim, sabendo que apenas te visitava.
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