"A todos que fazem da minha vida um milagre."
Esta é a dedicatória que gostaria de ter em meu próximo livro. Sem nomes. Sem datas. Sem citações ou detalhes. Só uma dedicatória. E que a carapuça sirva a quem de direito for.
Nestes últimos dias, pesquisando para escrever - mais uma vez - projetos alheios, me deparei com textos e obras que, contra a minha vontade, me fizeram ir a um passado distante, julgado esquecido, apagado, inexistente até. Por causa das palavras encontradas, tomei coragem de mudar o rumo do livro em fase de elaboração e comecei outro. Sobre tudo, sobre nada. Sobre vida. Sobre morte. Encontros e desencontros. Simples assim.
Não sem uma certa pontada no peito, comecei a pesquisa sobre "memória". Percebi que muitas - e não raras - vezes protegemos nossa humanidade simplesmente deixando fatos e pessoas e situações e cheiros e gostos e lembranças em um quarto escuro de nosso mais profundo eu. Sem poder fazer uma seleção de verdade - e da verdade -, acabamos deixando nesse pequeno cômodo de nossa alma o que, ironicamente, não nos é cômodo. O que incomoda, machuca, fere. Mas, ao mesmo tempo e no mesmo espaço, deixamos coisas que nos foram - e ainda são - caras.
Hoje, quero dedicar quem sou eu, boa ou ruim, a todos que me ajudaram a chegar até aqui. Assim, no passado. Não é hora de pensar em futuro. Só reminiscências contam neste momento.
Nasci, como todos no planeta, com uma série de possibilidades e de limitações. Vencidos os obstáculos, dedico estes 38 anos a você, aqui, ali ou acolá, que contribuiu sobremaneira para que esta vida, que bem poderia ser medíocre, se tornasse um milagre. De Deus. Para mim.
Obrigada.
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