sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

O que faz com que uma mulher seja carinhosa?

Esta foi a pergunta que ele me fez durante a conversa no MSN. Sinceramente, seria arriscado demais fazer qualquer comentário sobre o que motiva “as mulheres”. Posso, no máximo, falar por mim.

Me considero uma pessoa pouco romântica. Pra mim, lua é lua, sol é sol e pronto. Poesias e músicas não me comovem pelo romantismo, mas pela expressão, pela arte, pela história. Músicas do Zezé e Luciano, por exemplo, são boas pra videokê. Para mim, não existe mensagem secreta nelas, nem os compositores me conhecem, como afirma minha cunhada.

Mas esta pergunta que ele me fez acabou gerando algumas reflexões aqui em minha loira mente que hoje, especificamente, se recusa a trabalhar. Então cá estou eu deixando o pensamento vagar sem rumo...

Qualquer ser vivo depende de alimentação para se manter e continuar existindo. Isso é fato. O ser humano, complexo que é, pode ter uma dieta perfeita, condições ideais de higiene, e mesmo assim não conseguir sobreviver. Por que isso acontece? Simplesmente porque além de proteína, vitamina e sais minerais, nós, meros mortais, necessitamos de ternura e afeto. Temos fome de amor, precisamos ser tocados, abraçados, beijados, acariciados. Pesquisas feitas com crianças em berçários, creches e orfanatos evidenciam que existe uma relação direta entre amor e vigor; entre afeto e desenvolvimento.

Com carinho, a criança evolui. Sem carinho, ela regride e adoece. Estudos com idosos também sugerem que quando vivem num ambiente afetuoso, eles se queixam menos, são mais alegres e saudáveis. Dentro da estrutura familiar, a fome de afeto existe para preencher e saciar as necessidades físicas e emocionais do ser humano. Por isso, do avô ao neto, da neta à avó existe uma troca altamente satisfatória para todos. Embora os tempos tenham mudado e com isso a família tenha sido afetada de alguma forma, as necessidades básicas do ser humano são as mesmas. Ele precisa de afeto e atenção. Ponto.

Há muitos relacionamentos desabando por causa da desnutrição afetiva. Há casais adoecendo e morrendo prematuramente por falta de um abraço, um beijo, demonstração de compreensão e companheirismo. O custo material e emocional disso é demasiadamente alto, no entanto tudo pode ser resolvido com autocrítica, boa vontade, esforço e envolvimento. Basta reconhecer a situação e trabalhar para mudar.

Quando alguém afirma: “Meus pais não me deram carinho e serei assim até morrer”, está permitindo que sua vida seja controlada por outros e, pior ainda, transfere o mesmo mal para as gerações seguintes, que nada têm a ver com isso.

Mas a pergunta geradora desse post ainda não foi respondida. Até porque ser carinhoso ou não independe de sexo, status ou cultura. Tem a ver, creio eu, com a porção de humanidade mais ou menos desperta que temos dentro de nós.

Eu sou carinhosa, embora não me perceba romântica. Gosto de afagos, beijos, abraços e muito cafuné. E você?

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