terça-feira, 18 de dezembro de 2007

É cor de rosa choque...

Por quase duas décadas em minha família só nasceram homens. Daí, meu irmão caçula casou e um belo dia, desses dias ensolarados de agosto, chegou ela, a "pequena", Yamille. Nunca sei se escrevo seu nome do jeito certo, mas enfim...

Aos 3 anos, é uma figurinha. Em seu inglês paraguaio, é minha companheira em músicas da Barbra Streisand. Ritmo e afinação, apesar da voz rouca, ela tem para dar e vender. E astúcia também.

Outro dia estava aqui em casa e, nessas conversas que só tias e sobrinhas conseguem entender, me pediu um peixe. Cor de rosa. E a loira aqui, num ímpeto só, disse que a presentearia com o bichinho justamente naquela coloração. E foi então que começou meu sofrimento...

Pois é, eu sofri porque tinha dado minha palavra a ela que conseguiria comprar o tal peixe. Aliás, naquela cor tinha que ser peixA. Demorei... demorei... Até procurei, mas nada de encontrar o tal peixe cor de rosa. Ela tentou me ajudar e trouxe o aquário cheio de pedrinhas amarelas e cor de rosa (ela está na fase Barbie) porque talvez eu não tivesse ainda levado o peixinho (ops! peixinhA) por falta de moradia para o pequeno ser-que-começava-a-povoar-meus-pesadelos.

Ela tambem me deu uma sugestão muito sagaz: "Compra um botinho, tia Léia". É, aí já complicava mais. O jeito foi ir buscá-la em casa e levar até um pet shop onde ela pôde escolher as duas "meninas" que habitariam aquele imenso aquário de 20 cm.

Dois dias de felicidade. Maria Clara e Bianca tinham uma nova mãe. Ah, sim, caso não tenha percebido, foi com nomes de meninas que a "Pequena" as batizou. No dia seguinte ao batismo, um telefonema recheado de emoção: Yamille chorava, chorava, em desespero. A peixA cor de rosa, egoísta e egocêntrica, "comeu" a amarelinha.

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E até hoje eu não sei se quem morreu foi Maria Clara ou se foi Bianca. Mas a peixA recebeu um enterro digno, disso eu sei. E Yamille voltou a ser feliz. Como deve ser...

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