Todos os sentidos - I

O "I" no título é porque são tantas coisas a serem mostradas que isso vai virar série, bem sei.

Na verdade, quero registrar o máximo que puder para não esquecer o que vi, ouvi, senti, vivi durante minhas viagens.
Então vamos lá...

Eu vi...
Pessoas na rua, num final de tarde. Pessoas, simplesmente. Algumas brincando, outras conversando. Mas pessoas...

Vi também meninos jogando bola na lama, aproveitando ao máximo a vida. Sem medo de gripe, de virose, de micose. Crianças sendo crianças...

Também vi todas as cores e a beleza da flora amazônica. Meus olhos agradeceram a divina oportunidade...

Eu conheci...
Uma família munduruku onde há uma menina portadora da Síndrome de Down. Na aldeia, ao todo, são quatro as "crianças especiais", para quem é reservado o melhor da caça e de quem ninguém se envergonha. Longe disso, segundo o tuxaua, estas "crianças diferentes" são um presente divino. E sim, eles acreditam em Deus. E eu também. Só me pergunto: como é mesmo essa história de "ser civilizado", hein? Senti vergonha de ser branca naquele momento...

Eu senti...
O gosto doce da acerola. Sim, doce. Aqui na Amazônia ela é doce e tenra. Conheci, também, a pitanga e descobri porque gosto tanto de picolé desta fruta. Mais doce que a acerola, é certo, mas não tenho como dizer qual prefiro agora que conheci "in natura". Eu viveria só de frutas...

Eu perdi...
Completamente o medo de água. Agora, mocinha que sou, entro e saio de barco na boa. Com colete, claro. :) Já até consigo sorrir quando entro em qualquer tipo de embarcação. Legal, né?


Eu ouvi...

Emerson Maia, um dos maiores compositores amazonenses ao vivo e com todas as cores e sentimentos possíveis de serem sentidos por uma mortal que se perdeu e se encontrou em tantas emoções na Ilha Tupinambarana. O detalhe: o dia estava amanhecendo e tínhamos, ao fundo, o magnífico Solimões.

Eu conheci...
Uma indiazinha muito linda que me seguiu a aldeia inteira e que ainda fez "legal" pra câmera. Dá uma olhada: não é fofa demais?