domingo, 22 de abril de 2007

D.I.A.

D.I.A. não é um modo diferente de escrever a palavra "dia". Trata-se, na verdade, do Detroit Institute of Arts, um belo museu na cidade de Detroit, obviamente, no estado de Michigan, ali em cima, na Gringolândia.

Morei lá por algum tempo e teve uma época em que todos os sábados eu viajava de Rochester Hills para Detroit e passava minhas tardes vagando pelos corredores, observando telas, reconhecendo pinceladas e traços de artistas, aprendendo a aprender, descobrindo o universo daqueles artistas imortalizados em cada óleo sobre tela, em cada aquarela.

Meu preferido era Van Gogh. Ficava emocionada com todas aquelas cores fortes, a forma intensa com que ele via o mundo. Ele, Van Gogh, tinha um problema na visão e vislumbrava tudo ao seu redor em tons de amarelo, laranja, vermelho... Já imaginou o que é um mundo sem as cores "cinza" que dão o equilíbrio entre o intenso e o leve?

Um dia, estava voltando de Chicago, de carro, quando na rádio tocou "Vincent", popularizada por "Starry Night", musiquinha linda sobre... Van Gogh! Na letra, Don McLean descreve a dor que o artista sentia ao ser "diferente". Ele não conseguia se conectar com o mundo, o mundo não o entendia.

"Now I think I know what you tried to say to me,
How you suffered for your sanity,
How you tried to set them free.
They would not listen, they're not listening still.
Perhaps they never will..."

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É fácil dizer que as pessoas não nos escutam. Eu me pergunto, porém, se já aprendemos a ouvir os apelos que nós mesmos fazemos, silenciosamente, se respeitamos todos os pedidos de socorro que nos chegam de nosso íntimo... Confesso que estou disposta a reaprender a agir assim. Já fui boa nisso e perdi o fio em algum ponto do caminho. Preciso de um mapa pra dentro de mim...

Um comentário:

Anônimo disse...

Esqueci, obrigado pelo "ilustre".É muito educada a sua atitude. nesse mundo virtual somos "presidentes, amantes,inimigos, amigos, confidentes, as vezes sarcásticos as vezes irõnicos , as vezes sérios, as vezes brincamos, as vezes tristes, enfim tudo se aproveita, se tira alguma coisa até mesmo quando não se tem nada a dizer. Abraços